sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Concentração fundiária e de meios de comunicação são apontadas como principais causas da desigualdade

A concentração fundiária e de meios de comunicação foram apontadas como as principais causas das desigualdades sociais por associações de ONGs de diversos países durante atividade do FIP (Fórum Internacional de Plataformas Nacionais de ONGs), realizada no último dia 9, durante o Fórum Social Mundial de Dacar, no Senegal.

O seminário “Luta conta desigualdades sociais e exclusão”, proposto pela ACCIÓN (plataforma nacional de ONGs do Chile), reuniu a ABONG e as plataformas nacionais da Bolívia (UNITAS) e da Guatemala (CONGCOOP), além de uma plataforma de mulheres agricultoras da região da Casamance, no Senegal, para discutir e apontar similaridades entre a exclusão social vivenciada nos continentes latinoamericano e africano.

De acordo com os participantes, a concentração da propriedade fundiária e a concentração dos meios de comunicação nas mãos de pequenos grupos são responsáveis por boa parte das demais formas de exclusão social, porque prejudicam a segurança alimentar da maioria da população e a impede de ter voz no debate publico.

Particularidades

A representante da ABONG no encontro, Vera Masagão (diretora executiva da Associação), apontou quatro pontos que reforçam a desigualdade no Brasil: a concentração da terra e o modelo agrícola do agronegócio e da mineração; a dívida interna entre os Estados e união; a desigualdade educacional e a baixa qualidade do ensino público; e por fim, a concentração dos meios de comunicação.

Na sequência, Helmut Vega, representante da UNITAS, destacou, além da situação vivenciada por todos os países no campo e na comunicação, a exclusão étnica que existe na Bolívia. De acordo com Vega, a população indígena de seu país está privada do direito à cidadania por conta da dificuldade de obter documentação, entre outras questões ligadas ao preconceito.

Outro ponto destacado na reunião foi a desigualdade de gênero, evidenciada na fala da representante senegalesa. Num apelo enérgico, Ndeye Sallé Balde, em nome das mulheres agricultoras de Casamance, pediu que para que as mulheres no Senegal tenham direito a se candidatar nos conselhos locais, ganhando assim representação política, fundamental ao exercício da cidadania e à efetivação dos demais direitos.

Ndeye ressaltou ainda a luta das mulheres para terem igualdade no acesso à terra. De acordo com a legislação atual do Senegal, uma mulher não pode ter propriedades agrícolas em seu nome. Mesmo em caso de herança, a terra vai para o marido ou para algum membro da família do sexo masculino.

Para Vera Masagão, o encontro foi importante para apontar diversas convergências entre as lutas por igualdade e pelo fim da exclusão nos dois continentes. “É importante o exemplo da América Latina, onde existe um discurso que se tenta colocar às vezes para a África de que é preciso fazer crescer o bolo para depois dividir. A experiência latinoamericana mostra não. Que é preciso haver um desenvolvimento econômico sempre pautado na justiça social, na sustentabilidade ambiental e na igualdade

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

COOMIC realiza AGO e AGE

Com a participação de aproximadamente 1.000 cooperados a COOMIC - Cooperativa Mista dos Garimpeiros da Cutia realizou Assembleias Ordinária e Extraordinária no dia 13 do corrente, onde foram apresentados e aprovados diversos assuntos como: prestação de conta; exclusão da diretoria do diretor Administrativo adjunto e do Diretor Financeiro; alteração no estatuto social; plano de desenvolvimento e ação para o ano de 2011. Nas fotos a baixo temos uma visão geral do que já foi uma exploração mineral manual no garimpo da Cutia, em breve estaremos explorando mecanicamente esta área rica em Ouro e vários outros minerais. Ficou para o dia 03 de abril a apreciação pela Assembleia Geral das propostas de parceria para exploração mineral.

Presidente Raimundinho
Cooperados atentos na Assembleia Geral
Diretores e convidados discursa para Assembleia
Usina desativada
Área de antiga exploração manual
Cooperados de Rondon do Pará faz reconhecimento de área de exploração da Coomic

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Fórum Social Mundial vai discutir realidade africana a partir de amanhã em Dacar

Brasília - Participantes de 123 países se reúnem a partir de amanhã (6) em Dacar, no Senegal, para a 11ª edição do Fórum Social Mundial (FSM). A África e os problemas sociais enfrentados pelos povos da região deverão dominar as discussões durante os seis dias do evento. São esperados cerca de 50 mil participantes, a maioria deles de países da região.

O primeiro FSM ocorreu em 2001, em Porto Alegre, como uma alternativa ao Fórum Econômico de Davos. Desde então, o Brasil sediou a maioria das edições do evento que tem como slogan Um Outro Mundo É Possível. Em 2011, a programação vai dedicar um dia para debater exclusivamente a situação do continente africano.

“O local sempre influiu muito no tipo de discussão, até pela presença maior de pessoas daquela região. Isso é uma tradição do fórum”, explica o sociólogo Cândido Grybowsky, um dos fundadores do FSM.

Durante o chamado Dia da África e da Diáspora, marcado para segunda-feira (7), as mesas de debate vão incluir temas como crise alimentar, subdesenvolvimento, agricultura familiar, saúde, seguridades social, acesso à água e a saneamento. Mas Oded Grajew, também membro do grupo que fundou o fórum, acredita que a discussão irá se desdobrar para outros temas.

“Teremos muitos debates sobre a realidade africana, mas isso também vai levar o encontro a discutir uma série de outros temas como a distribuição de renda, a injustiça social no mundo, as mudanças climáticas. A África tem sido grande vítima dessas questões”, aponta.

Os conflitos no Egito e a questão da democracia no mundo árabe também devem ocupar espaço na agenda do fórum.

Grajew acredita que as discussões do FSM foram importantes para as “mudanças de rumo” dos quadros políticos da América Latina e a ênfase desses governos nas questões sociais. “Nas primeiras edições do fórum, o neoliberalismo já era uma das grandes discussões até ele se desmoralizar e hoje nem em Davos se fala sobre isso. Hoje a discussão é sobre um novo modelo de desenvolvimento, a questão de democracia, da governança global”, pontua.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou de todas as edições do FSM no Brasil, estará presente em Dacar. Como representante do governo brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff vai enviar o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Integram a equipe ainda a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros. (Fonte: Agência Brasil)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Brasil assume Conselho de Segurança da ONU

O Brasil assumiu ontem a Presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O mandato é de um mês.

Um dos principais pleitos do governo brasileiro, há alguns anos, é ter direito de forma permanente a um assento no conselho. Para que isso ocorra, o país defende a reforma da atual estrutura. O Brasil ocupa uma das vagas rotativas.

A representante do Brasil na ONU é a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti (Foto). Para o governo brasileiro, em fevereiro será preciso observar com atenção os episódios de tensão em várias partes do mundo – do Kosovo ao Congo, na Guiné-Bissau, assim como no Egito. Amanhã (2), a embaixadora deve conceder uma entrevista coletiva para detalhar as prioridades do comando brasileiro.

No próximo dia 11, a presidência do Brasil no Conselho de Segurança vai promover um debate sobre as questões de paz, segurança e desenvolvimento. A previsão é que o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, participe das discussões.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas foi criado em 1945, após a 2ª Guerra Mundial. Pela estrutura do órgão, cinco países ocupam assentos permanentes e dez assumem as cadeiras de forma rotativa - por dois anos.

Há uma série de propostas em discussão. Uma delas sugere que, entre os integrantes permanentes, sejam incluídos mais dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África.

Pela atual estrutura ocupam vagas permanentes no conselho os Estados Unidos, a Rússia, China, França e Inglaterra. São integrantes provisórios o Brasil, a Turquia, Bósnia Herzegovina, o Gabão, a Nigéria, Áustria, o Japão, México, Líbano e Uganda.

Os conflitos e crises políticas são analisados pelo conselho, que define sobre o envio e a permanência de militares das missões de paz. É o Conselho de Segurança das Nações Unidas que autoriza a intervenção militar em um dos 192 países-membros da organização e também que estabelece sanções – como ocorreu ao Irã, em junho de 2010.

No ano passado, apenas o Brasil e a Turquia, que são membros não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, votaram contra as sanções ao Irã. O Líbano se absteve da votação. No entanto, os outros 12 países foram favoráveis às restrições. No entendimento de parte da comunidade internacional, o programa nuclear do Irã é suspeito de produção secreta de armas atômicas. Os iranianos negam. (Diário do Pará)