quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cúpula da ONU se reúne para discutir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Está acontecendo na sede do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Nova Iorque, a reunião da Cúpula das Nações Unidas que tem como objetivo principal discutir a renovação do compromisso e definição dos passos para a implementação dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015. Participam do evento chefes de Estado e líderes de organizações da sociedade civil, fundações e setor privado, para debater temas como "O problema da pobreza, da fome e da igualdade entre os gêneros"; "Promoção de desenvolvimento sustentável"; "O Cumprimento dos objetivos em matéria de saúde e educação"; e a "Atenção às necessidades especiais dos mais vulneráveis".

No primeiro dia de evento foram tratadas as metas de educação o e sobrevivência infantil. A Campanha Global pela Educação apresentou um relatório alertando que os países pobres estão à beira de uma crise da educação. Os dados explanados apontaram que 69 milhões de crianças ainda estão fora da escola.

Os palestrantes chamaram a atenção dos governos para que dêem prioridade ao investimento em escolas no mundo em desenvolvimento. Enfatizaram o papel central da educação como um direito humano indispensável que ajuda famílias vulneráveis a ter acesso a benefícios sociais, econômicos, políticos e culturais.

O Diretor Executivo do UNICEF, Anthony Lake, afirmou que o alcance das famílias mais pobres do mundo é o caminho certo para se ter todas as crianças na escola primária.


"Precisamos não apenas nos concentrar nas nações mais difíceis de alcançar, mas nas áreas mais difíceis de alcançar, porque essas são as áreas de maior necessidade. O custo-benefício de se trabalhar nessas áreas é maior, porque lá as necessidades são maiores e as recompensas são maiores", disse Lake.

A rainha Rania Al-Abdullah, da Jordânia, Defensora Eminente do Unicef para as Crianças, enfatizou o impacto de longo alcance do acesso à escolarização. "Educação não é apenas derrotar a pobreza. É derrotar a doença, derrotar a desigualdade", disse ela. "E para as meninas, a educação é nada mais nada menos do que um salva-vidas da estigmatização, da insegurança e da violência. Essa é uma questão que atravessa todas as outras... É a questão da nossa geração."

O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown também mencionou o desafio histórico colocado pelo ODM 2. "Fico indignado com o desperdício de oportunidades e potencialidades em relação à educação, em tantas partes do mundo atualmente", disse ele. "Mas fico inspirado por tantas pessoas que querem, pela primeira vez, em nossa geração, tornar possível o direito de todos de poder ir à escola."

Em um movimento bem-vindo por seus colegas palestrantes e outros participantes, a Diretora de Operações do Banco Mundial, Ngozi Okonjo-Iweala, anunciou que o banco vai alocar um adicional de US$ 750 milhões nos próximos cinco anos para os países que estão atrasados em relação a suas metas de educação.

Mas o momento mais comovente do evento ocorreu quando Nthabiseng Tshabalala, uma menina de 12 anos de Soweto, África do Sul, fez um apelo direto aos líderes adultos reunidos. "Por favor, políticos, nos ajudem", disse ela. "Vocês tiveram a oportunidade de ir à escola. Agora estão aqui na ONU. Por favor, garantam que 69 milhões de crianças tenham oportunidade de ir à escola."

Fonte: Criança e Adolescente no Parlamento, com informações do Unicef

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